Arterite de Células Gigantes
A Arterite de Células Gigantes é de etiologia desconhecida e ocorre predominantemente em caucasianos, sendo rara em negros. A sua prevalência é de 1 a 10 casos por 100.000 habitantes na faixa etária após os 50 anos, além de ser 3 vezes mais freqüente em mulheres (provavelmente devido a fatores hormonais). A incidência da doença aumenta com a idade, o que levanta a suspeita de tratar-se de uma reação auto-imune que se desenvolve com o envelhecimento.
Acomete vasos cujas paredes contêm tecido elástico, sugerindo que a elastina torna-se antigênica com o tempo; no entanto, não foram encontrados anticorpos anti-elastina nem alterações imunológicas celulares ou humorais. O que se sabe é que pacientes com Arterite de Células Gigantes e Polimialgia Reumática (uma variante) têm prevalência aumentada de antígenos de histocompatibilidade HLA DL-4 e CW3. Uma importante característica é o fato de as artérias intracranianas serem poupadas por não possuírem tecido elástico. Assim pode-se dizer que, quanto mais tecido elástico houver na artéria, maior a probabilidade de desenvolver Arterite de Células Gigantes.
Sendo uma doença sistêmica, quando do aparecimento da cefaléia, deve-se pesquisar a presença de arterite em todo o corpo.
As artérias mais freqüentemente envolvidas são :
- Temporal Superficial : 100% dos casos. Mesmo nos casos ocultos uma biópsia desta artéria faz o diagnóstico se a doença estiver presente. A palpação da artéria temporal é de suma importância, podendo ser observado dolorimento e pulsação diminuída.
- Vertebral : 100%
- Oftálmica : 76%
- Ciliar posterior : 75%
- Carótida Externa : 45%
- Carótida Interna : 38%
- Central da Retina : 26%, sendo que sua porção proximal é a mais acometida (60%).
- Aorta : 14%
- Coronárias, Mesentéricas e femorais: 10%
- enfraquecimento e rotura da parede vascular;
- camada muscular interna fragmentada;
- camada média degenerada, perda das células musculares;
- inflamação proeminente da camada adventícia;
- reação inflamatória linfocítica, com histiócitos e células epitelióides;
- células gigantes multinucleadas próximas às células musculares degeneradas ou à elastina fragmentada;
- lesões inflamatórias esparsas e irregulares nos vasos.
A sintomatologia está muito mais associada a queixas gerais do que à cefaléia propriamente dita. O paciente pode apresentar:
- Febre, adinamia, inapetência, perda de peso.
- Mialgias inespecíficas, principalmente pela manhã (o paciente tem um despertar difícil), com rigidez do pescoço e da musculatura da cintura escapular e pélvica.
- Claudicação durante a marcha.
- Claudicação da mandíbula: parece que "cai a mandíbula", sente muita dor e não consegue mastigar ou falar. Ocorre nos casos em que há arterite na artéria facial.
- Claudicação da musculatura da língua e da deglutição e espasmos dos músculos da mastigação, denominado de trismo.
Todo tipo de manifestação oftalmológica pode acontecer na Arterite de Células Gigantes. Dentre elas estão :
- Neuropatia óptica isquêmica anterior;
- Neuropatia óptica isquêmica posterior;
- Obstrução da artéria central da retina;
- Isquemia do quiasma óptico, amaurose fugaz;
- Alucinações visuais, edema ou ulceração da córnea;
- Catarata, glaucoma, conjuntivite;
- Miose, midríase, síndrome de Horner;
- Diplopia, oftalmoplegia, nistagmo, ptose;
- Depressão, confusão mental, demência, psicose;
- Infarto ou hemorragia cerebral, episódios isquêmicos transitórios;
- Ataxia, tremor, surdez, tinitus, vertigem (manifestações relacionadas a artéria facial);
- Paralisia facial;
- Síncope, convulsões, meningismo, diabetes insípido;
- Mielopatia transversa;
- Neuropatias periféricas.
TRATAMENTO
A Arterite de Células Gigantes responde ao tratamento com corticóides apresentando boa resposta, diminuição dos sintomas e melhora da qualidade de vida do paciente.
publicação do site: http://www.famema.br/ligas/cefaleia/arterite.htm
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